segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Não Digam que Isso Passa

Não digam que isso passa,
não digam que a vida continua,e que o tempo ajuda,
que afinal tenho filhos e amigos
e um trabalho a fazer.
Não me consolem dizendo que ele morreu cedo
Mas morreu bem ( que não quereria uma morte como essa?)

Não me digam que tenho livros a escrever e viagens a realizar.
Não digam nada.
Vejo bem que o sol continua nascendo nesta cidade de Porto Alegre
onde vim lamber minha ferida escancarada.
Mas não me consolem:
da minha dor, sei eu.

Lya Luft


Eu escolhi este poema, porque eu gosto da maneira que a Lya Luft atinge o leitor. Ao procurar um poema dela que demonstrasse essa característica que eu gosto, me deparei com este, o qual achei muito verdadeiro. O jeito que ela descreve a dor é algo que todos nós compreendemos. Muitas vezes estamos sofrendo e alguém vem tentar consolar, só que só nós sabemos o que sentimos, como ela mesma diz: "da minha dor, sei eu." Talvez ela estivesse passando por alguma situação dificil quando escreveu, porque a maneira que ela coloca isso no papel é tão verdadeira, que nós leitores sentimos no coração a mensagem que ela está tentando passar. Achei um poema bonito, verdadeiro, que qualquer pessoa, pelo menor sofrimento que já tenha passado, consegue se identificar.

Nicolle Gouveia

Nenhum comentário: