Antes ser do que parecer ser

Voltando uma semana atrás, recebemos a notícia de que resolveram ‘brindar o segundo ano’ com uma palestra sobre mais uma dúvida polêmica de nossas vidas, que todos já conhecem. Calma, não vou escrever mais uma vez sobre nada que inclua o colégio, nossa vida profissional ou rumos futuros, como já escrevera nossa colega Martha.
O meu objetivo era enfatizar esta palestra e alguns dizeres brilhantes do mestre da faculdade: a “teoria do Sagu”, que explica a diferença entre saber a receita e saber FAZER o doce. O que o professor queria que soubéssemos é que há uma grande diferença entre informação e conhecimento. O meu tema aqui, entretanto, não se trata DESSA diferença, mas sim de uma maior ainda que é entre o REAL e o SUPERFICIAL. Assim escrevera Machado, em uma análise do ser humano, sobre a desonestidade de alguns quanto a conquistar a fama, em uma breve história chamada Teoria do Medalhão. No mundo que vivemos, é muito fácil e cada vez mais comum, se deparar com alguém que disfarça seu verdadeiro eu para ser alguém na vida. São exemplos aqueles cuja fama é resultado de um falso caráter ou conhecimento. Aqueles que dizem ser extremamente ligados no meio ambiente para agradar alguém, e desconhecem até o próprio aquecimento do clima; aqueles cujos interesses se dizem sobre futebol, mas
nunca souberam o que seria um impedimento. Sobre nossos políticos, então, nem se fala.
A teoria do medalhão critica essas pessoas, que de alguma forma, interpretam a vida como um teatro. Em outras palavras, estão sempre prontas para colocar suas máscaras e enganar seja quem for, com sua nova cara. E, cada vez mais percebe-se a dificuldade que muitas pessoas tem para serem elas mesmas, por que hoje em dia, o que parece contar mais é a capa e não o livro TODO em si. Antes ser fofoqueiro a parecer confiável, antes ser egoísta a parecer solidário, antes ser fraco a parecer forte, antes ser honesto a parecer honesto. O mundo está cansado de mentiras e ilusões.



Mirella Bertoluci